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Mostrando postagens de agosto, 2013

O som que vem da Literatura Nº 02

A música da semana que vem com uma intertextualidade literária é a “Don’t stand so close to me” da banda de rock "The Police". Embora o compositor, Sting, tenha negado que a música seja autobiográfica, o trecho "Just like the old man in that by Nabokov" é uma famosa menção ao escritor Vladimir Nabokov, autor do clássico "Lolita". A música surgiu no álbum Zenyattà Mondatta, e de imediato tornou-se um hit número 1 na UK single juntamente com o videoclipe correspondente. Nos Estados Unidos, a música chegou até o top 10 na parada musical da Billboard Hot 100 e no Reino Unido foi confirmada como o single mais vendido do ano 1980, com 900.000 cópias vendidas. De clara referência ao romance de Nabokov, a música traz  versos que citam o autor do romance. Basicamente, a canção fala de uma aluna que está apaixonada perdidamente por seu professor. E a música vai narrando as investidas da aluna e o nervosismo do velho professor. Veja a letra da canção:

Especial Proust 03 - No caminho de Swann

"Durante muito tempo, costumava deitar-me cedo. Às vezes, mal apagava a vela, meus olhos se fechavam tão depressa que eu nem tinha tempo de pensar: 'Adormeço'." Na tradução de Mário Quintana, é assim que começa o primeiro episódio do livro No caminho de Swann, primeiro livro de uma obra que entraria para a história como uma das melhores já escrita do século XX. O livro que foi, inicialmente, recusado por várias editoras no ano de 1913, ganhou uma nova edição publicada pela Editora Globo e traz ao público notas explicativas, ensaios e uma tradução cuidadosa pelas mãos de Mário Quintana. Primeiro livro da série que viria a ser um sucesso mundial, No Caminho de Swan é composto de três partes repletas de uma confusão psicológica entre sonho e realidade. Durante toda a narrativa, o narrador relembra fatos de sua ansiedade pueril, quando ficava  aflito à espera do beijo e dos cuidados de sua mãe, que mesmo com a ameaça constante do seu impaciente pai, vinha

O som que vem da literatura

Literatura faz barulho. Ouvimos nos versos de muitas canções trechos onde podem ser constatados claramente influência de obras literárias. O blog Papos Literários foi atrás de um som que meche com o nosso apurado gosto pela leitura e nos faz relembrar um livro que outrora nos fez sofrer junto com as personagens. O som da vez é de Kate Bush.  Em sua canção "Wuthering Heights" ela mostra sua total influência no estupendo romance "O morro dos vento uivantes", de Emily Bronté. A música trata mais precisamente do finalzinho do livro, quando Heathcliff começa a dialogar com o fantasma de Cathy. Porém, a música parafraseia e traz uma intertextualidade com outras partes do livro. Mas, claro, é preciso ler o livro para identificar a influência dele na música, inclusive há na música falas de Cathy, retiradas integralmente do romance. O clip da música e a tradução da letra encontram-se abaixo para você viajar. Eu, particularmente, não gosto da voz aguda da Kate, mas a

Para quem NÃO tem medo de Virgínia Woolf

Virgínia Woolf é um nome pesado da literatura inglesa. Quando se fala nessa mulher tão densa e tão profunda, não se pode deixar de mencionar livros como "Os anos", "A viagem" e o famoso "Mrs. Dalloway". A escritora nasceu em Londres, Inglaterra, em 1882 com o nome  Virginia Adeline Stephen Woolf . Seu pai, um crítico literário, foi quem a educou. Figura central do grupo Bloomsbury, do qual também participaram E. M. Forster, Katherine Mansfield, Maximo Gorki, entre outros, colaborava com o  Times Literary Supplement .  Em 1912, casou-se com Leonard Woolf e fundou a casa editorial Hogarth Press, que lançou, além da própria escritora, T.S.Elliot, Forster e K. Mansfield. Foi a primeira editora a publicar a obra de Freud em inglês. Seu primeiro livro,  A viagem , foi publicado em 1915. Depois vieram, entre outros, Noite e dia  (1919),  Mrs. Dalloway  (1925) ,   O quarto de Jacob  (1922),  Rumo ao farol  (1927),  As ondas  (1931),  Orlando  (1928),  Um tet

Um livro divisor de águas na literatura latino americana

Saiba o porquê de  " As pontes de Königsberg"  ser um divisor de águas na literatura latino americana da última década _______________________ Todo livro que é bom, deve ser grande, certo? Errado! Bastou 256 páginas para eu colocar As pontes de Königsberg ( Editora Casa da Palavra, Tradução de  Michelle Strzoda,  1ª Edição, 2012,  256 páginas, R$ 39,90 ) no rol dos melhores livros já lidos neste últimos tempos. O mexicano David Toscana é considerado uma das mais poderosas vozes da nova literatura latino-americana, sendo traduzido para mais de dez línguas e tendo recebido diversos prêmios, entre eles o prêmio de narrativa de Casa de las Américas, pelo romance O Exército Iluminado.  David Toscana pega o realismo ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, um enigma matemático a respeito das sete pontes da cidade prussiana de Königsberg e o sumiço de seis meninas da cidade e pronto, o sucesso está feito! Não adianta estrebuchar! O livro é tocante. Choros e gemidos

A livraria 24hrs do Mr. Penumbra é um livro metalinguístico

Foto: Divulgação Novo Conceito Um livro metalinguístico, visto que é sobre livros que o livro fala. Livros movem a história que gira em torno de um jovem e de um afável senhor. _______________________ O livro A livraria 24 horas do Mr. Penumbra ( Robin Sloan, Tradução de Elis Beletti Dobes Bacarji, Editora Novo Conceiro, 2013, 288 páginas ), é para aqueles que gostam de livros uma publicação que começa enchendo os olhos do leitor a partir da capa, o cartão postal da narrativa. Nesta história estreante do escritor americano Robin Sloan, que gira em torno do web designer Clay Jannon, desesperado à procura de um emprego, há uma série de aventuras que envolvem códigos secretos, tecnologia e claro, o mundo da bibliofilia. Poderia ser mais um livro contando história de livros. Mas o escritor consegue reunir da escrita antiga ao mundo da tecnologia e da imprensa de Gutemberg aos hackers. O próprio web designer Clay Jannon, é o narrador do livro, que em primeira pessoa dá mais

[Cartas Famosas] Para Nora Barnacle. De James Joyce

O blog Papos Literários iniciou já faz um bom tempo uma série de postagens sobre  os autores clássicos.  E como estamos publicando uma série sobre Proust, Tolstói, James Joyce e futuramente Kafka, hoje trazemos uma carta do escritor irlandês James Joyce para sua esposa Nora Barnacle. A mulher, que já foi considerada como uma camareira iletrada, menosprezada no decorrer de muito tempo quando interrogada sobre leitura, respondeu: "para que eu vou ler literatura se casei com o maior escritor de todos os tempos?" A carta a seguir, que faz parte da seleção que o blog papos literários faz para o projeto  "Cartas Famosas" é considerada pornográfica. Por isso avisamos que o conteúdo não é propício para menores de idade.  Como o conteúdo é meio "impróprio" (risos), deixamos aqui o link para o vídeo em que Caco Ciocler, a convite da revista Bravo! faz a leitura de uma cartas. E que carta picante! http://vimeo.com/52866186 A Editora Ilumminuras tem em seu c

Sugestão de Leitura

O blog Papos Literários recebeu, leu, aprovou e indica As Crônicas de Aedyn, escrita pelo teólogo Alister McGrath . É um livro repleto de fantasias, aventuras, magias, valores humanos como amizade e fé. Tudo em poucas páginas, visto que os livros não são muito volumosos. Confira mais algumas informações dos livros. Futuramente iremos resenhá-los por aqui. Por ora, estamos lendo outros livros, mas de já, fica a nossa sugestão de livro. A terra de Aedyn é uma região encantadora, um paraíso para além de toda imaginação. Espécie de universo paralelo à dimensão dos humanos, desconhecido por todos – exceto pelos jovens Pedro e Julia. Os dois irmãos, durante uma estada na casa dos avós em Oxford, no Reino Unido, jamais poderiam suspeitar que as férias tomariam um rumo totalmente inusitado. Numa bela noite iluminada pela luz, Julia e Pedro são atraídos por um chafariz no quintal da casa. Ao andarem pelo jardim, Julia tropeça e cai na água, puxando seu irmão consigo. De maneira misteriosa,