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Mostrando postagens de junho, 2015

Em "Rio Negro, 50" a cultura negra é narrada com muita subjetividade

  Qu e tal um livro qu e fal e da grand e cultura n egra d e uma forma subj etiva d e qu em r ealm ent e sab e,  e viv e, a n egritud e na p el e? Por Juliene Lopes* ___________________ Um linchamento acontece na Central do Brasil, no dia seguinte à derrota da seleção brasileira de futebol na final da copa de 1950. É com violência que Nei Lopes inicia seu mais recente romance: Rio Negro, 50. Um romance onde a figura principal é o negro, não cabendo o título de principal a nenhum dos diversos personagens que nos são apresentados. Tampouco há uma única história. Rio Negro é formado de várias histórias, vivenciadas por personagens que se cruzam ao longo do romance. Essa é a trama de Rio Negro, 50  ( Nei Lopes, Record, 2015, 288 págimas ) novo romance de um dos sambistas vivo mais versáteis do país. Trata-se de uma época de protagonismo de negros e mulatos da cena cultural carioca e brasileira. É nos fictícios Café Bar Rio Negro e no Arabá, que os mais diversos

Um livro melancólico de uma viagem pelo passado

  Muito além de nostalgia e viagem interior, Modiano se veste na pele de outros personagens para narrar. ____________________________________ O filósofo francês Michel Onfray divide em duas categorias a pessoa que se desloca: viajante  e  turista. O turista é “militante de seu próprio enraizamento", segue quase que de modo alienante o roteiro turístico das agencias de viagens, enquanto que o viajante é quase um mergulhador da cultura local, pois ele recusa os clichês e “os instrumentos comparativos que imponham a leitura de um lugar com os referenciais de um outro”. Para Onfray, o viajante deve “deixar-se preencher pelo líquido local, à maneira dos vasos comunicantes". Pois bem, iniciei esta resenha citando Onfray apenas para dizer que o personagem principal de Flores da ruína  ( Patrick Modiano, Record, 2015, 144 páginas ) trata-se de um viajante que vai alem do deslocamento físico ate uma viagem interior. Um viajante que mergulha na história local, nas históri

Muito mais que um livro sobre pai e filhos

Resenhado pelo colaborador Osvaldo Rodrigues* Narrativa  entr em eada por r efl exõ es  e histórias pat ernas faz em d est e livro um  ensaio s em  t ecnicidad e  muito praz eroso. ________________________ Francisco Bosco em "Orfeu de Biclicleta - Um pai no século XXI", fala sobre sua experiência como pai de dois filhos pequenos, de suas indecisões, contradições e seus espantos ao exercer as funções paternas no mundo atual. Na primeira parte do livro, "Gêneros em desconstruções", ele faz um pequeno comentário sobre a modificação que ocorreu no papel social das crianças da Idade Media aos tempos de hoje, elas (meninos e meninas) são tratadas como centro da sociedade e do núcleo familiar. "Essa valorização e sentimentalizaçãoda infância é um fenômeno moderno, que, segundo historiadores , foi se consolidando a partir do século XVII na Europa e apartir do XIX nos EUA e no Brasil." explicou Bosco. No livro o autor cita vários historiadores, fil