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Mostrando postagens de setembro, 2017

Literatura para um mundo voraz

O curioso convite de Tatiana Salém Levy para comentar literatura num jornal de economia deu a ela a oportunidade de angariar um público cada vez mais ligado ao mundo dos negócios. Suas crônicas, pois, refletem, tanto a literatura quanto ao mundo no qual estamos imersos: cheio de conflitos, problemas políticos, éticos e, claro, culturais, abrangendo, portanto, a literatura, nosso foco aqui. ______________ O incrível livro “A chave da casa” foi um fenômeno na época e conferiu à autora prêmios e um sucesso imediato. É o seu livro de estreia e também o mais bem-acabado, podemos dizer. O título para este mais novo livro O mundo não vai acabar ( Tatiana Salem Levy, 1ª ed.  Rio de Janeiro: José Olympio, 2017, 180 páginas )  é explicado pela autora: “O Brasil é um país que não fala muito da própria memória. Com essa seleção, eu quis um livro que apontasse para um futuro melhor. O presente está tão ruim, não só no Brasil, que escutamos o tempo todo que o mundo vai acabar.” (LEV

A Senhora de Wildefell Hall

Em A Senhora de Wildfell Hall (Editora Record, 503 páginas) , Anne Brontë nos presenteia com um excelente romance que conta a historia de Helen Graham. A narrativa, considerada polêmica, denuncia os padrões de comportamento erráticos assumidos por homens e mulheres dentro da instituição do casamento. A heroína da historia – Helen – é uma viúva que se muda com o filho Artur para a mansão abandonada de Wildfell Hall. Lá ela acaba por se tornar alvo de fofocas e especulações sobre seu caráter, principalmente na esfera amorosa. É através de uma carta que ela acaba por contar todas as desventuras que passou para chegar ao seu atual destino. Trata-se da clássica história do casamento ruim e da esposa que decide fugir do passado e do marido. Parece clichê, mas não é. O livro foi escrito no século XIX e é com pesar que vemos as questões abordadas nele serem ainda tão atuais. O livro mostra a trama de uma relação abusiva desde o início, do noivado

Lendo Teoria: Para o filósofo alemão Gumbrecht, a literatura também é materialidade

 Gumbrecht é uma figura filosófica muito presente no Brasil, sobretudo nos congressos da ABRALIC (Associação Brasileira de Literatura Comparada) e uma vez ou outra vejo textos dele sendo discutidos no meio acadêmico. Mas não somente nele, uma vez que o filósofo também discute outras questões relevantes para a sociedade. Aqui no blog, inclusive, você pode encontrar uma resenha de um outro livro dele aqui. Então o autor já um velho conhecido nosso, podemos dizer. Suas ideias a respeito de stimmung , ambiência e o sentido de presença no texto literário são bem defendidas em seus livros, mas neste Nosso amplo presente , ( Hans Ulrich Gumbrecht, Editora Unesp, 160 páginas, Tradução de Ana Isabel Soares, 2015, R$ 40,00 ) pela sugestão que o próprio título nos traz, encontramos trechos dedicados a comentar especificamente a criação de uma presença que o texto literário possui. O livro aqui comentado aborda não só o conceito de presença e sua cultura como também aproveita p