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Mostrando postagens de outubro, 2017

O empoderamento feminino de A casa das Sete Mulheres

Comecemos esta discussão acerca da classificação. Faz-se necessário enquadrar este livro em um romance histórico? Biografia? Ficção histórica? Qual a melhor categorização? A ficha catalográfica da presente edição aponta-o como Ficção Brasileira. E só. Não contentes, com isso, faz-se oportuno informar, embora seja desnecessário, que o livro inspira-se na Revolução Farroupilha, para compor o quadro de personagens que apresentam como plano de fundo a História que mudou a vida de muita gente que morava nos pampas do Sul. O presente romance foi escrito por uma genuína gaúcha, a Letícia Wierzchowski e teve repercussão imediata, sendo adaptada com sucesso para a TV em 2003 e com direitos autorais vendidos para diversos países do mundo. Tem uma frase do romance que simboliza bem esse aglomerado de acontecimentos que levaram a mortes de vidas e sonhos: "Do mesmo sonho que se vivia, também se podia morrer" (pág. 11) O romance A casa das sete mulheres começa a nar

Ternura e violência tinturam o romance histórico Um conto de duas cidades, de Chalres Dickens

 “Aquele foi o melhor dos tempos , foi o pior dos tempos ; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, f oi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas...”.  É assim que Dickens imprime em Um con to de duas cidades ( Tradução de Débora Landsberg. 3 ed. São Paulo: Estação Liberdade, 2016) constantemente o uso de expressões como “tempos”, “época”, “idade” e “estação” para reforçar o caráter histórico da obra, pois além de apresentar um período no qual os oprimidos eram forçados a viver em condições precárias, também mostra a ternura e violência das facetas humanas representadas nas personagens que ora são ícones de uma época, ora são idealizações universais de cidadania e lealdade. Lançada em 1859, não muito tempo passado a Revolução da França, a obra é inspirada no livro História da Revolução Francesa , do historiador Thomas Carlyle, publicado em 1837. Daí, então, inúmeras personagens (que não são pouc

[Cartas Famosas] Para Scottie, de F. Scott Fitzgerald

Ainda no mês das crianças, não poderíamos esquecer de postar mais uma edição do Projeto Cartas Famosas. Desta vez, trazemos a carta do famoso escritor americano F. Scott Fitzgerald, autor de o clássico O Grande Gatsby ou ainda o conto O curioso caso de Benjamin Button . É uma carta linda, sublime e meiga. Talvez os conselhos que todos os filhos, crianças ou não, deveriam seguir.  Carta para a Filha  Scott Fitzgerald Querida filha: Preocupo-me muito com suas obrigações. Mostre-me alguma prova das suas leituras em francês. Estou satisfeito por você estar feliz, mas não acredito muito em felicidade. Tampouco acredito em tristeza. São coisas que vemos no teatro, no cinema ou nos livros; essas coisas não nos acontecem na vida real. Tudo em que acredito na vida são as recompensas à virtude (de acordo com os talentos de cada um) e os castigos por deixar de cumprir com as obrigações, que custam o dobro. Se existisse na biblioteca da colônia de féria