Pular para o conteúdo principal

O som que vem da literatura

Literatura faz barulho. Ouvimos nos versos de muitas canções trechos onde podem ser constatados claramente influência de obras literárias.

O blog Papos Literários foi atrás de um som que meche com o nosso apurado gosto pela leitura e nos faz relembrar um livro que outrora nos fez sofrer junto com as personagens.

O som da vez é de Kate Bush. 
Em sua canção "Wuthering Heights" ela mostra sua total influência no estupendo romance "O morro dos vento uivantes", de Emily Bronté.

A música trata mais precisamente do finalzinho do livro, quando Heathcliff começa a dialogar com o fantasma de Cathy. Porém, a música parafraseia e traz uma intertextualidade com outras partes do livro. Mas, claro, é preciso ler o livro para identificar a influência dele na música, inclusive há na música falas de Cathy, retiradas integralmente do romance.
O clip da música e a tradução da letra encontram-se abaixo para você viajar.
Eu, particularmente, não gosto da voz aguda da Kate, mas a letra é bonita.
Eis o vídeo e em seguida a tradução da letra:





Wuthering Heights
(tradução de Cristine Martin)

Nas charnecas traiçoeiras e ventosas
Brincaremos e rolaremos pela relva
Seu gênio é como meu ciúme,
Muito quente e guloso
Como você pôde me deixar?
Quando eu precisava possuí-lo?
Eu o odiei, eu o amei também

Os pesadelos na noite
Disseram-me que eu iria perder a luta
E deixar para trás minha ruidosa, ruidosa
Wuthering Heights

(coro) Heathcliff, sou eu Cathy, voltei para casa
Tenho tanto frio, deixe-me entrar pela sua janela
Oh, é tão frio e solitário
Do outro lado de você

Eu sofro tanto, sinto que tudo
Desmorona sem você
Estou voltando, amor, cruel Heathcliff,
Meu único sonho, meu único mestre

Tanto tempo vagueei pela noite
Estou voltando para ele para acertar tudo
Estou voltando para casa, minha ruidosa, ruidosa
Wuthering Heights

(coro) Heathcliff, sou eu Cathy, voltei para casa
Tenho tanto frio, deixe-me entrar pela sua janela
Oh, deixe-me tê-la, deixe-me levar sua alma
Oh, deixe-me tê-la, deixe-me levar sua alma
Você sabe que sou eu, Cathy

(coro) Heathcliff, sou eu Cathy, voltei para casa
Tenho tanto frio, deixe-me entrar pela sua janela…


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

[Curiosidades] Xingamentos em um português culto

Se é pra xingar, vamos xingar com um português sofisticado. Aqui neste post você vai ler algumas palavras mais cultas e pouco usadas quando se quer proferir uma série de palavrões onde a criatura não entende patavina nenhuma. Antes, porém, de você aprender algumas palavrinhas, conheça esta historieta: Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:  - Oh, bucéfalo anácrono!Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga,...

[cartas famosas] Para Jenny von Westphalen, de Karl Marx

Conhecido no mundo inteiro como autor de "O Capital", Karl Marx demonstra nesta carta, com bastante pungência, o seu afeto pela sua companheira. É uma carta tão singela que chegamos a imaginar aquele senhorzinho de barbas longas e brancas beijando sua esposa da cabeça aos pés. _______________________ Manchester, 21 de Junho de 1865 Minha querida, Escrevo-te outra vez porque me sinto sozinho e porque me perturba ter um diálogo contigo na minha cabeça, sem que tu possas saber nada, ou ouvir, ou responder… A ausência temporária faz bem, porque a presença constante torna as coisas demasiado parecidas para que possam ser distinguidas. A proximidade diminui até as torres, enquanto as ninharias e os lugares comuns, ao perto, se tornam grandes. Os pequenos hábitos, que podem irritar fisicamente e assumir uma forma emocional, desaparecem quando o objecto imediato é removido do campo de visão. As grandes paixões, que pela proximidade assumem a forma da rotina mesqui...

[Resenha] Quando Lisboa tremeu - Domingos Amaral

Título: Quando Lisboa tremeu Autor: Domingos Amaral Editora: Casa da Palavra ISBN: 9788577342075 Ano de lançamento no Brasil: 2011 Número de Páginas: 478 Onde encontrar: Casa da Palavra / Submarino / Livraria Saraiva / Livraria Cultura Engana-se quem pensa que Portugal não exporta autores de alto escalão ou que não pese culturalmente na literatura contemporânea. O livro “Quando Lisboa tremeu” do autor Domingos Amaral, contraria isto e comprova ainda a existência de bons autores naquele país. Certamente todos se lembram do terremoto que atingiu o Japão em 2011 e que assolou o país. Ou ainda quem não lembra do terremoto que atingiu o Haiti em 2010? Pois imaginem uma cidade sendo atingida por um tremor de terra com magnitude 9 na escala Richter, seguida de uma maré de mais de 20 metros invadindo as ruas e para agravar mais ainda, grandes incêndios... Durante todo o tempo que li “ Quando Lisboa tremeu” eu comparava, embora de forma atenuada, aos desastres naturais acontecidos r...