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Mostrando postagens de junho, 2013

Uma pousada com o objetivo além de hospedar

Talvez o fato de Jo Marie Rose estar tentando superar um trauma já seja suficiente para fazer do best seller A Pousada de Rose Harbor  (Debbie Macomber, Março de 2013, 352páginas, R$ 29,90)  um sucesso capaz de nos infringir dor e tristeza pelo sofrimento dos personagens. Talvez também o fato da própria pousada ser uma forma de superação faça o leitor o primeiro a sentir-se convidado a hospedar-se nos quartos convidativos de Rose. O certo é que a proposta da autora, a americana Debbie Macomber, de elaborar uma trilogia encima dessa ideia da pousada parece ser um projeto um tanto perigoso. Não é nem tanto pela ideia, mas pela dificuldade em tecer história encima dela. Tudo bem que tem horas que dá vontade de estarmos dentro da pousada, mas esse desejo passa. Vamos à história. Após a morte do marido e depois de um estado quase permanente de luto, Jo Marie Rose decide sair do trauma e comprar uma pousada para retomar sua vida e tentar mudá-la. Mesmo não tendo conhecimento no assunto

Por que ler? A defesa do maior crítico literário vivo

Em 2001, o maior crítico literário do ocidente e mais conhecido no mundo, Harold Bloom, polêmico por criticar os leitores da saga do feiticeiro Harry Potter afirmou que "a sabedoria, o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura." Nesta entrevista concedida a um jornalista da Revista Veja ha mais de 10 anos, ele reacende o debate sobre a permanência dos clássicos. Leio, logo existo O mais polêmico dos críticos literários diz por que ainda se deve ler num mundo dominado pelas imagens Flávio Moura Não falta quem considere o americano Harold Bloom, de 70 anos, o mais importante crítico literário em atividade. Autor de mais de vinte livros sobre literatura e professor há mais de quarenta anos – leciona nas universidades Yale e de Nova York –, ele é, no mínimo, uma figura polêmica. Sem pruridos em atacar seus pares acadêmicos, ele não se cansa de chamá-los de ressentidos e os acusa de estarem matando a literatura com

ESPECIAL TÓLSTOY Nº III: "A Última Estação" eleva o escritor Tolstoi à condição de mártir

Próximo do final de sua vida, o escritor russo Liev Tolstoi (1828-1910) renegou praticamente todo o seu trabalho e quis doar seu dinheiro para obras sociais. Pretendia deixar em seu testamento os direitos de suas obras para os pobres da Rússia, e não para os próprios filhos. Renegando suas obras-primas, "Guerra e Paz" e "Anna Karienina", ele entrou em conflito com sua mulher, Sonia, que, não sem razão, queria proteger o patrimônio da família. O roteiro, escrito pelo diretor, é baseado no romance homônimo de Jay Parini. Manten do a essência do romance, mas baixando o tom dos personagens, Hoffman muitas vezes é reverente demais com a grandiosidade das figuras históricas que retrata - especialmente o casal Tolstoi. As interpretações de Helen e Plummer, por outro lado, tentam contornar o halo de inatingível que o filme coloca em torno dos personagens.Em "A Última Estação", que estreia apenas no Rio nesta sexta-feira, o diretor Michael Hoffman ("Sonho d

89 anos sem Kafka e uma obra eterna

03 de junho de 1924.  03 de junho de 2013. Lá se vão 89 anos... Morria em Klosterneuburg um escritores mais geniais da Literatura Mundial.  "A Metamorfose", "O Castelo", "O processo", "Um artista da fome" e "Carta ao Pai" são algumas das obras que fizeram de Franz Kafka um autor tão influente na literatura que originou o termo "kafkiano" para designar aqueles que consideram o mundo interior/exterior um universo absurdo como lógica, um ambiente sombrio, sem cores, cercado de culpa e burocracia a definir bem o nosso tempo"  (Warley Belo) , ou ainda conforme define o  Dicionário Informal  é a "confusão entre o real e a ficção, estado hipotético de penumbra, de danação absoluta e de submissão ao imaginário. Crise de identidade entre o mundo e o indivíduo." É kafkiano não quem diz ser como Kafka. Quem é kafkiano não afirma ser, é reconhecido como tal. Alguns amigos ou pessoas que conheci nessa b

[Cartas Famosas] De F. Scott Fizgerald para Max

Na semana em que a adaptação cinematográfica do clássico "The great Gatsby" (O Grande Gatsby, em português) chega aos cinemas, eu trago para a sessão cartas famosas do mundo literário a correspondência trocada entre F. Scott Fitzgerald e Max, o editor do livro "The great Gatsby". Quem acompanha o blog e me conhece já sabe que eu sou fã desse escritor americano que soube com a maestria de um escriba retratar a sociedade americana do início do século XX.  O autor é o mesmo de um dos meus contos favoritos: "O Curioso Caso de Benjamin Button". Mas vamos à carta. Perceba que Fitzgerald não economiza presunção ao seu romance, julgando sê-lo o melhor romance americano já escrito.  Leia para compreender. ------------------------------ Villa Marie, ValescureSt-Raphaël, França (c. 27 de agosto de 1924) Caro Max, 1. O romance estará terminado na semana que vem. Noentanto, isso não significa que ele chegará aos Estados Unidos antes do dia 1o de outubro, por