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Mostrando postagens de julho, 2016

O Pêndulo de Foucault: um romance labiríntico e hermético

Umberto Eco poderia em bem menos página contar a história de como três personagens resolvem por em prática um plano, mas aí o leitor perderia um leque de informações úteis para compreender melhor na história e nela adentrá-la. Umberto Eco foi ficcionista e um grande intelectual preocupado com a função artística, bem como o "fazer literário". Dessa forma, muito daquilo teorizado por ele em obras como "Interpretação e Superinterpretação", "Obra aberta" ou ainda "Lector in fábula", ele aplica em O Pêndulo de Foucault   ( Il Pendolo di Foucault, Trad. Ivo Barroso, 672 páginas, R$ 58,00)   as su as teorias. O livro aqui analisado foi lançado em 1988, sendo quase imediatamente traduzido para várias línguas e alcançando um enorme sucesso e influenciando uma geração de outros escritores, uma vez que o livro enveredou por uma linha de romances denominada policial místico-religioso, na qual também foi cultivada por  Conan Doyle, Agatha Christie

[cartas famosas] Para Josefa. De Saramago.

 Dia 26 de julho é o dia dos avós. O dia 26 de julho foi escolhido pelo papa Paulo VI , no século XX, para homenagear os pais de Maria, mãe de Jesus, chamados Ana e Joaquim. Esses dois personagens históricos e bíblicos foram canonizados no século XVI pelo papa Gregório VIII por serem pais da mãe de Cristo e por terem-na concebido, segundo a tradição cristã, mediante ação milagrosa, já que o casal, à época, era considerado estéril. Santa Ana e São Joaquim , os avós de Jesus, ao longo dos séculos, receberam comemorações festivas em diversas datas diferentes, mas Paulo VI houve por bem determinar o dia 26 como a data definitiva.  N o ano de 1968, José Saramago publicou no jornal A Capital,  de Lisboa, a crónica Carta a Josefa, minha avó.  Anos mais tarde, ela seria publicada no livro  Deste Mundo e do Outro. Abaixo segue a reprodução da página do jornal  A Capital  em que foi originalmente publicado o texto. ----------------------------- . Tens noventa anos.

De quando uma amizade tem a extensão de uma vida

Sem prefácio, posfácio ou nota explicativa, o tijolão de 784 páginas conta a história de uma amizade sem limites. Um vida pequena ( A little life, Hanya Yanagihara, Tradução de Roberto Muggiati, 2016, Editora Record, 784 páginas, R$ 59,60 ) imerge na vida íntima de 4 amigos e conta uma história cheia de comoções, drama e sofrimento, mas sobretudo a força de uma amizade. Segundo livro da escritora americana (o primeiro foi “The people in the trees ” que também retratou a amizade masculina) o livro foi finalista do Man Booker Prize e do National Book Award em 2015 e toca em assuntos sensíveis como abuso físico e sexual, morte e traumas. Estampou elogios nos melhores jornais e publicações literárias e esteve nas melhores listas como primeiro lugar. A história é dividida em sete partes: I. Lispenard Street, II. Pós-homem, III. Vaidades, IV. O Axioma da Igualdade, V. Os Anos Felizes, VI. Caro Camarada e VII. Lispenard Street , onde cada uma delas funciona com