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Minha Odisseia


(Venice - Monet)


Há uma certa magia em voltar para a própria residência depois de um determinado período longe dela. Ou as coisas permanecem do mesmo jeito ou tudo mudou totalmente.
Estará Penélope à minha espera?
Estarão os meus inimigos armando planos?

E as amizades, ainda permanecem sólidas?
São tantas interrogações nesta passagem de rio.
O retorno para o aconchego do lar é mágico desde aquele momento em que você decide voltar. E voltar pressupõe um retorno aquilo que nos fez feliz por um tempo.
Minha Ítaca não tem águas ao seu redor, tem serras.
Minha ilha não tem peixes, tem aves e animais selvagens.
Meu filho Telêmaco agora usa drogas.
Minha mulher não mais resiste aos corpos atléticos.
Em quantas emboscadas eu fui imbuído: enfrentei monstros, humanos desumanos, porcos, ciclopes do futuro, vi sereias e ninfas, velejei, enfrentei tempestades e por fim fui preso e ninguém me acolheu em palácios.
Os tempos são outros, mas ainda continuo navegando em uma jangada fantasiado de mendigo, sem banquetes, sem Penélope, sem Ítaca, sem Telêmaco...
E eu ainda vejo magia nisso...

Comentários

  1. Thi, se eu não soubesse quem foi que escreveu, eu identificaria a obra como sendo dua na hora em que lesse "humanos desumanos"... rsrs quem manda vc falar tanto dos #humanos lá no twitter... kkkkkkk gostei do final: "E eu ainda vejo magia nisso..." mas depois numa outra hora se vc puder comentar sobre, seria tudo de bom! bjim

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  2. rsrs
    Minha linda, os humanos me atraem muito. Amo-os apesar de muitas vezes me decepcionar com uma imensa parte deles..haha. Em um próximo post, prometo falar sobre a magia do retorno... Bjo Mari.
    :D

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