A carta famosa do mês é do filósofo Diderot, filósofo que escreveu a famosa Enciclopédia e agora temos a oportunidade de conhecer também um lado mais romântico do autor.
Você vai ver que a carta nos revela um pouco de desespero do amante filósofo.
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10 de junho de 1759, Denis Diderot à Sophie Volland
Escrevo sem ver. Vim. Queria beijar tua mão e ir-me embora. Voltarei sem essa recompensa. Mas já não serei bastante recompensado, se tiver te mostrado o quanto te amo? São nove horas. Escrevo-te que te amo, quero ao menos escrevê-lo; mas não sei se a pena se presta a meu desejo. Será que não virás para que eu te diga e depois fuja? Adeus minha Sophie, boa noite. Teu coração então não está te dizendo que estou aqui. Essa é a primeira vez que escrevo nas trevas. Essa situação deveria me inspirar muitas coisas ternas. Sinto apenas uma, é que me é impossível sair daqui. A esperança de te ver um instante me detém, e continuo te falando, sem saber se estou formando caracteres. Em todo lugar onde nada houver, lê que te amo.
(tradução de Alain Mouzat)
10 de junho de 1759, Denis Diderot à Sophie Volland
Escrevo sem ver. Vim. Queria beijar tua mão e ir-me embora. Voltarei sem essa recompensa. Mas já não serei bastante recompensado, se tiver te mostrado o quanto te amo? São nove horas. Escrevo-te que te amo, quero ao menos escrevê-lo; mas não sei se a pena se presta a meu desejo. Será que não virás para que eu te diga e depois fuja? Adeus minha Sophie, boa noite. Teu coração então não está te dizendo que estou aqui. Essa é a primeira vez que escrevo nas trevas. Essa situação deveria me inspirar muitas coisas ternas. Sinto apenas uma, é que me é impossível sair daqui. A esperança de te ver um instante me detém, e continuo te falando, sem saber se estou formando caracteres. Em todo lugar onde nada houver, lê que te amo.
(tradução de Alain Mouzat)
Diderot foi Filósofo e hábil escritor e enciclopedista francês nascido em Langres, na região francesa da Champagne, um dos símbolos do Iluminismo e um dos ideólogos da revolução francesa. Filho de um mestre de cutelaria de boa posição, estudou com os jesuítas, iniciou a carreira eclesiástica e chegou a receber a tonsura em 1726. Estudou em Paris (1729-1732) onde se graduou em artes. Ainda estudou leis, literatura, filosofia e matemática, até ser contratado pelo produtor Andre Le Breton para traduzir uma enciclopédia inglesa (1745), a Cyclopaedia, do inglês Ephraim Chambers. Ateu e materialista, a partir deste ponto passou a trabalhar ao lado do matemático e filósofo Jean le Rond d’Alembert, e organizou uma enciclopédia (Encyclopédie, 1751-1772) que pretendia reunir todo o conhecimento científico e filosófico da época, e que fosse o veículo das novas idéias contra as forças, para ele reacionárias, da igreja e do estado, e que destacasse os princípios essenciais das artes e das ciências. Por essa razão os iluministas também são conhecidos como "enciclopedistas".
Fonte: Brasil Escola / Jorge Forbes
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