James Joyce, os estudos afirmam, sofreu muito para que suas obras fosses publicadas. Dublinenses, por exemplo para ser publicada sofreu a censura e recusa se várias editoras e 9 anos depois de ter sido escrito é que conseguiu ser então publicado.
O trecho aqui divulgado faz parte de um livro publicado pela Editora Hedra e traz a correspondência em que o escritor James Joyce questiona e fala em tom de reclamação sobre a publicação de sua obra.
5 de maio de 1906.
(Tradução de Alexandre Barbosa de Souza)
De minha parte já lhe contei tudo o que eu poderia contar. Minha intenção foi escrever um capítulo da história moral de meu país e escolhi Dublin como cenário porque a cidade me parece o centro da paralisia. Tentei apresentá-la ao público indiferente sob quatro aspectos: infância, adolescência, maturidade e vida pública. As histórias estão organizadas nessa ordem. Eu as escrevi, em sua maioria, em um estilo de uma crueldade estudada e com a convicção de que grande seria o atrevimento daquele que ousasse alterar em sua apresentação - e mais ainda, deformar - o que quer que se tenha visto e ouvido. Isso é tudo o que posso fazer. Não posso alterar o que eu escrevi. Todas essas objeções das quais agora o tipógrafo é o porta-voz me vieram à mente enquanto eu escrevia o livro, tanto no que se refere à temática das histórias quanto ao tratamento dispensado a elas. Tivesse eu dado ouvido a tais objeções e eu não o teria escrito. Cheguei à conclusão de que não consigo escrever sem ofender as pessoas.
Fonte: Revista Piaui / Editora Hedra
5 de maio de 1906.
(Tradução de Alexandre Barbosa de Souza)
De minha parte já lhe contei tudo o que eu poderia contar. Minha intenção foi escrever um capítulo da história moral de meu país e escolhi Dublin como cenário porque a cidade me parece o centro da paralisia. Tentei apresentá-la ao público indiferente sob quatro aspectos: infância, adolescência, maturidade e vida pública. As histórias estão organizadas nessa ordem. Eu as escrevi, em sua maioria, em um estilo de uma crueldade estudada e com a convicção de que grande seria o atrevimento daquele que ousasse alterar em sua apresentação - e mais ainda, deformar - o que quer que se tenha visto e ouvido. Isso é tudo o que posso fazer. Não posso alterar o que eu escrevi. Todas essas objeções das quais agora o tipógrafo é o porta-voz me vieram à mente enquanto eu escrevia o livro, tanto no que se refere à temática das histórias quanto ao tratamento dispensado a elas. Tivesse eu dado ouvido a tais objeções e eu não o teria escrito. Cheguei à conclusão de que não consigo escrever sem ofender as pessoas.
Fonte: Revista Piaui / Editora Hedra
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