Pular para o conteúdo principal

Meus Versos] Calendário

Eu deveria ter publicado este poema no final do ano passado (2011). Mas acabei esquecendo. Devo informar que escrevi ele nas últimas noites do ano. 



Calendário  findando
 Preludio um novo tempo
Com as minhas asas maiores
E meus rastros deixados na trilha.
Agora meus olhos enxergam o passado
Com uma visão clínica
Do quadro borrado
Que eu não consegui concluir,
Das escolhas e ações
Desmedidas,
Das palavras não ditas
Das mesmas malditas
Do vento que não as levou.

Agora findo mais uma fase,
Mais um curso do itinerário da vida
Concluo mais um percurso.
Chego ao pódio não como vencedor
Mas como merecedor do troféu:
Por que a guerra continua
E não muda de cor...
Continuará surgindo as mesmas sangrias
As mesmas setas atacadas,
E os mesmos soldados a enfrentar
Vestidos agora com outra farda.

Últimas páginas do calendário...
O meu termômetro altera o grau
Minha bússola perde o controle
Meu relógio não mais alarma
E eu permaneço a olhar
O horizonte sem
Preocupar-me com o tempo
Sem perceber que envelheço
E que meus semelhantes
Precisam da minha mão
Das minhas palavras.

Últimas páginas do calendário...
Que foi feito das pessoas
Que não vi, que não ajudei?

.......................................

É hora de pesar tudo
E deixar os pesares de lado.
Eis a aurora de um novo ciclo
De centeios e de muitas águas.
Banhar-me-ei nas ondas
Sinuosas
Dos próximos dias...

Comentários

  1. Adorei o poema *---* Parabéns por ele! :D
    Beijos,K.
    Girl Spoiled

    ResponderExcluir
  2. E é realmente assim Thiago... Recomeçamos a vida, mas os problemas são iguais, só mudam as pessoas.... Adorei a maneira como escreve! E seu blog é ótimo também... Seguindo! :)



    Beijinhos, Amanda Cristina.
    www.primeiro-livro.com

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Oi. Grato pela visita. Sinta-se convidado a voltar sempre. Abraços.

Postagens mais visitadas deste blog

[Curiosidades] Xingamentos em um português culto

Se é pra xingar, vamos xingar com um português sofisticado. Aqui neste post você vai ler algumas palavras mais cultas e pouco usadas quando se quer proferir uma série de palavrões onde a criatura não entende patavina nenhuma. Antes, porém, de você aprender algumas palavrinhas, conheça esta historieta: Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:  - Oh, bucéfalo anácrono!Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o

Resistência do amor em tempos sombrios

Terceiro e último livro de uma trilogia que a escritora gaúcha iniciou com A casa das sete mulheres, o volume Travessia encerra a Trilogia Farroupilha com um personagem que, no dizer da autora, é comum a toda a história: Garibaldi, este carismático personagem que aparece no início do primeiro livro, quando principia um amor platônico com a meiga Manuela, a filha do Bento Gonçalves. Mas como já acompanhamos nos volumes anteriores, a família da moça não compactua com o romance, impedindo, pois, o contato de ambos. Se no primeiro livro a escritora se atém a contar a história da família concomitante à Revolução Farroupilha, tendo como cenário a Estância da Barra, a casa na qual ficaram 7 mulheres da família de Bento Gonçalves, no segundo volume já temos como plano histórico a Guerra do Paraguai, além de mudar a perspectiva para o romance de Giuseppe e Anita, a mulher atemporal que provoca uma paixão no general e guerreiro italiano. Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou Anita, sempre dava um

De Clarice Lispector para Tania Kaufmann

Conforme eu tinha anunciado ha meses, o blog Papos Literários divulgará com frequência uma série de cartas famosas do mundo da literatura ou da música. Hoje trago na íntegra a carta de uma das escritoras mais queiridinhas dos brasileiros, além de ser famigerada nestes tempos de facebook ee twitter. Confira a f amosa carta de Clarice para a sua irmã Tania Kaufmann. Clarice em sua árdua tarefa de escrever _____________________________________________ A Tania Kaufmann Berna, 6 janeiro 1948 Minha florzinha, Recebi sua carta desse estranho Bucsky, datada de 30 de dezembro. Como fiquei contente, minha irmãzinha, com certas frases suas. Não diga porém: descobri que ainda há certas frases suas. Não diga porém: descobri que ainda há muita coisa viva em mim. Mas não, minha querida ! Você está toda viva! Somente você tem levado uma vida irracional, uma vida que não parece com você. Tania, não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar