Na capa do novo livro de Samanta Schweblin, há um elogio de Mario Vargas Llosa colocando a autora como uma das "vozes mais promissoras da literatura contemporânea em língua espanhola". O uso do adjetivo promissor não se faz a toa. A autora de Distância de Resgate ( Distancia de rescate, Tradução de Ivone Benedetti, Editora Record, 2016, 144 páginas, R$34,90 ) vai para o panteão de escritores de língua espanhola. A autora já tinha estreado no Brasil com o brilhante Pássaros na boca (Benvirá, 2012), onde pequenos fatos cotidianos iam rumo à perturbações. Em Distância de Resgate a autora vai além disso e apresenta a história sob a ótica de duas narrativas. Com pouquíssimos personagens, o enredo já inicia com um diálogo de duas vozes que vamos aos poucos nos familiarizando e re(conhecendo). Amanda, Nina (sua filha) e seu marido acabam de chegar ao novo povoado rural onde irão habitar. Nos primeiros dias, Amanda conhece Carla e seu filho David. Numa ensolara...