Primeiro livro de uma trilogia, O Segredo de Heap House nos apresenta o clã Iremonger e a mansão na qual eles vivem, construída nos cúmulos (uma espécie de lixão). A história é escrita e ilustrada por Edward Carey e posso dizer que ele foi muito feliz ao construir sua narrativa. Por meio de uma descrição detalhada dos cenários e dos personagens, Carey cria uma atmosfera rica e fértil para o mistério e a surpresa.

Os Iremonger formam uma família
peculiar, de ar melancólico (percebe-se também pelas ilustrações). São
divididos em duas castas: os puros, compostos pelos membros que cumprem a
tradição de casar entre si; e os mestiços, aqueles que escolhem cônjuges de
outras famílias. Essa divisão afeta diretamente na vida de cada um pois as
diferenças de tratamento são gritantes. Os puros garantem seu lugar na casa
principal, vivendo no conforto,sendo servidos pelos mestiços que, por sua vez,
vivem no subsolo e o luxo lhes é negado.
Outra característica única da
família é que cada Iremonger possui um objeto de nascença. Tal objeto pode ser qualquer
coisa (qualquer coisa mesmo!) e a partir do momento em que é entregue à seu
dono é estabelecida uma ligação forte e a pessoa que o recebe deve mantê-lo
sempre próximo.
Dois personagens narram a história.
Clod, um Iremonger puro de 15 anos cujo objeto de nascença e um tampão de
banheira universal. Um jovem sensível que tem a estranha habilidade de ouvir os
objetos. Sim, ele escuta os objetos de família falarem seus respectivos nomes
incansáveis vezes. Lucy Pennant é a órfã recém chegada para servir junto aos
mestiços, mas que acaba mostrando-se dona de uma personalidade forte, marcante.
Embora comece sem grandes promessas O Segredo de Heap House traz
ação e mistério. Podemos dizer que é uma literatura infanto-juvenil de mão
cheia. Carey nos presenteou com uma idéia simples e personagens peculiares e
cativantes. Recomendo!
Os
demais livros da trilogia chamam-se Foulsham (2014)
e Lungdon (2015). Torcemos para que sejam lançados por
aqui também.
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