Florenza Foschini nasceu em Nápoles, na Itália, e é jornalista e escritora. Além de apresentadora de programas de TV e telejornais, ela é mais uma apaixonada por um autor. Quem nunca? A escritora se diz apaixonada por Proust, o autor de "Em busca do tempo perdido". A jornalista italiana escreveu a história real do seu sobretudo, dando origem ao livro "O sobretudo de Proust - História de uma obsessão literária" (Lorenza Foschini, Tradução de Mario Fondelli, Editora Rocco, 112 págs, R$ 21,50)
Inicialmente, dei uma olhada superficial pelo visual do livro e já deu pra perceber que seria uma leitura proveitosa. Capa vintage, livrinho pequeno, porém não superficial.
A história é simples, mas o assunto prolonga. O livro mescla reportagem, visto que a autoria é jornalista, brevíssima biografia e uma história literária sobre a empreitada de Guérin, personagem e protagonista da história para salvar os objetos pertencentes a Proust.
Inicialmente, dei uma olhada superficial pelo visual do livro e já deu pra perceber que seria uma leitura proveitosa. Capa vintage, livrinho pequeno, porém não superficial.
A história é simples, mas o assunto prolonga. O livro mescla reportagem, visto que a autoria é jornalista, brevíssima biografia e uma história literária sobre a empreitada de Guérin, personagem e protagonista da história para salvar os objetos pertencentes a Proust.
Guérin, grande admirador da obra Proustiana passou quase toda a vida reunindo o que pôde do autor de "Em busca do tempo perdido". Pouco antes de sua morte ele despachou tudo o que tinha reunido sobre seus escritores para leilões e museus. E é graças a ele que o Museu Carnavalet, em Paris, exibe hoje com muito orgulho os móveis e objetos pessoais do autor francês.
Fonte: Rocco / Museu Carnavalet / Rascunho
Guérin, rico industrial perfumista e grande mecenas, começou aos 18 anos a vida de colecionador, seja de objetos, fotografias ou manuscritos literários. Esta paixão vira uma obsessão tamanha, pois o sobretudo usado por Proust no período em que viveu está hoje guardado a sete chaves, como uma relíquia, no Museu Carnavalet. Dizem que nos últimos anos de sua vida, Proust não largava o escritor por nada, mesmo no calor. Era como uma segunda pele.
Sabendo que o livro conta o "resgate" que Guérin fez com muitos objetos pertencentes a Proust, por que os seus pertences estão condenados à destruição depois de sua morte? E por que Guérin foi um insistente colecionador?
Bem, a segunda resposta nós já temos. A primeira vale saber uma curiosidade (creio eu que não seja spoiler, visto que é uma informação pressuposta por muitos antes mesmo de ler o livro): Guérin foi um grande amigo do irmão de Proust, o cirurgião Robert Proust, herdeiro e responsável por boa parte da obra póstuma. Pois bem, com esta amizade, Guérin conseguiu várias informações da vida do escritor. Os objetos de Proust estiveram em perigo porque após sua morte, a sua cunhada, Marthe, quis destruir tudo! (que loucaaaaa!!!!) Ela não queria que os hábitos excêntricos e a homossexualidade de Proust comprometesse o rico e bom nome da família. Marthe sempre se recusou a falar de Proust e o considerava um ser bizarro. Então ela queimou cartas de amor e uma boa parcela dos manuscritos literários. O que sobrou foi salvo por Suzi, filha do casal, apontada como uma interesseira no lucro advindo da obra do tio, inclusive e principalmente o sobretudo. É esta a peça de maior importância tratada no livro e exposta no Museu.
Bem, a segunda resposta nós já temos. A primeira vale saber uma curiosidade (creio eu que não seja spoiler, visto que é uma informação pressuposta por muitos antes mesmo de ler o livro): Guérin foi um grande amigo do irmão de Proust, o cirurgião Robert Proust, herdeiro e responsável por boa parte da obra póstuma. Pois bem, com esta amizade, Guérin conseguiu várias informações da vida do escritor. Os objetos de Proust estiveram em perigo porque após sua morte, a sua cunhada, Marthe, quis destruir tudo! (que loucaaaaa!!!!) Ela não queria que os hábitos excêntricos e a homossexualidade de Proust comprometesse o rico e bom nome da família. Marthe sempre se recusou a falar de Proust e o considerava um ser bizarro. Então ela queimou cartas de amor e uma boa parcela dos manuscritos literários. O que sobrou foi salvo por Suzi, filha do casal, apontada como uma interesseira no lucro advindo da obra do tio, inclusive e principalmente o sobretudo. É esta a peça de maior importância tratada no livro e exposta no Museu.
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Réplica do quarto de Prous no Museu Carnavalet - Paris |
Em resumo, o livro conta este tormento de muitos colecionadores e de pessoas inspiradas por Proust. Não fossem os esforços destas obstinantes, dificilmente o quarto do escritor seria recomposto hoje tal qual era como nos últimos anos em que ele viveu escrevendo a "Recherche".
Fonte: Rocco / Museu Carnavalet / Rascunho
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