Escolher o perdão foi a escolha de Amanda Lindhout, mulher que foi mantida em cativeiro na Somália por 15 meses.
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Não é sempre que uma capa com tons sóbrios me convida a mergulhar no drama de uma personagem. A casa do céu (A house in the sky, Amana Lindhout e Sara Corbett, Novo Conceito,448 páginas, R$29,90) relata o drama pessoal, vivido na realidade por Amanda, uma mulher sonhadora, cheia de planos de viajar pelo mundo.
Desde pequena ela lia as revistas National Geografic e era por meio daquelas mensagens estampadas nas revistas que ela ia alimentando a vontade de andar e se aventurar por vários lugares do planeta. Após juntar uma grana trabalhando como garçonete, ela resolveu pegar a mochila e viajar como mochileira.
Dessa forma ela conhece um pouco da África, América Latina, mais especificamente a Venezuela, e outros países como Bangladesh, Índia, Síria, Paquistã, dentre outros. No total, ela viajou por cerca de 50 países, rendendo-lhe uma experiência como fotógrafa freelance. Pois nos países onde havia guerra, ela trabalhava como repórter de televisão. Em 2008, depois de um envolvimento como um fotógrafo freelance, Nigel Brennan, Amanda começa a morar com ele e desperta a vontade de conhecer a Somália, considerado, até aquela data, como o país mais perigoso do mundo. Curiosa para saber o que aquele país tinha para estampar este título, ela convida Nigel para acompanhá-la nesta viagem e ele aceita. Com apenas quatro dias em terras somalianas, quando os dois, juntos com motorista, segurança e um operador de câmera, iam visitar uma abrigo, eles são sequestrados por um grupo de muçulmanos extremistas mascarados no meio do caminho da estrada de terra.
É então que o inferno começa. Amanda passa por todas as violências que uma mulher pode sofrer: da violência física à sexual. Como tática de sobrevivência, ela adota o Islamismo como religião. A cada novo lugar onde os sequestradores levavam-lhe, eles denominava como uma "casa", como A casa Cafona, A casa Elétrica e A casa da Fua. A casa do céu era a idealização de que aquele sequestro logo logo passaria e eles iriam para uma casa melhor. Mas o cativeiro durou 460 dias. Durante aquela temporada, Amanda tenta fugir, mas fracassa. As negociações para sua liberdade tornam-se cada vez mais difícil e os sequestradores, cada vez mais hostis.
Não é difícil comover-se com o drama vivido por Amanda, uma mulher tão singela e doce nas descrições que ora sentimos uma repulsa tão grande dos sequestradores, ora ousamos entender aquele extremismo religioso.
Atente-se ao fato de que o livro não é uma biografia e nem se define como tal. Eu, particularmente, não gosto de livros com autoria dupla. Mas acho que no caso de "A casa do céu", a colaboração de Sara Corbert, uma colaboradora do The New York Times Magazine, foi válida, pois era preciso uma jornalista com punho firmado na experiência da escrita para auxiliar Amanda em seus relatos. O livro resulta, claro, num sucesso de comoção e de emocionar leitores.
Como uma promessa feita a si mesma, Amanda fundou a ONG Lindhout Fundação Global Enriquecimento, uma organização sem fins lucrativos que apoia iniciativas para o desenvolvimento, ajuda humanitária e educação na Somália e no Quênia.
Em entrevista recente à Folha de São Paulo, Amanda diz que optou por perdoar os sequestradores. Você pode conferir a entrevista na íntegra aqui.
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Fonte: Folha de São Paulo / Site da Editora Novo Conceito
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Não é sempre que uma capa com tons sóbrios me convida a mergulhar no drama de uma personagem. A casa do céu (A house in the sky, Amana Lindhout e Sara Corbett, Novo Conceito,448 páginas, R$29,90) relata o drama pessoal, vivido na realidade por Amanda, uma mulher sonhadora, cheia de planos de viajar pelo mundo.
Desde pequena ela lia as revistas National Geografic e era por meio daquelas mensagens estampadas nas revistas que ela ia alimentando a vontade de andar e se aventurar por vários lugares do planeta. Após juntar uma grana trabalhando como garçonete, ela resolveu pegar a mochila e viajar como mochileira.
Dessa forma ela conhece um pouco da África, América Latina, mais especificamente a Venezuela, e outros países como Bangladesh, Índia, Síria, Paquistã, dentre outros. No total, ela viajou por cerca de 50 países, rendendo-lhe uma experiência como fotógrafa freelance. Pois nos países onde havia guerra, ela trabalhava como repórter de televisão. Em 2008, depois de um envolvimento como um fotógrafo freelance, Nigel Brennan, Amanda começa a morar com ele e desperta a vontade de conhecer a Somália, considerado, até aquela data, como o país mais perigoso do mundo. Curiosa para saber o que aquele país tinha para estampar este título, ela convida Nigel para acompanhá-la nesta viagem e ele aceita. Com apenas quatro dias em terras somalianas, quando os dois, juntos com motorista, segurança e um operador de câmera, iam visitar uma abrigo, eles são sequestrados por um grupo de muçulmanos extremistas mascarados no meio do caminho da estrada de terra.
É então que o inferno começa. Amanda passa por todas as violências que uma mulher pode sofrer: da violência física à sexual. Como tática de sobrevivência, ela adota o Islamismo como religião. A cada novo lugar onde os sequestradores levavam-lhe, eles denominava como uma "casa", como A casa Cafona, A casa Elétrica e A casa da Fua. A casa do céu era a idealização de que aquele sequestro logo logo passaria e eles iriam para uma casa melhor. Mas o cativeiro durou 460 dias. Durante aquela temporada, Amanda tenta fugir, mas fracassa. As negociações para sua liberdade tornam-se cada vez mais difícil e os sequestradores, cada vez mais hostis.
Não é difícil comover-se com o drama vivido por Amanda, uma mulher tão singela e doce nas descrições que ora sentimos uma repulsa tão grande dos sequestradores, ora ousamos entender aquele extremismo religioso.
Atente-se ao fato de que o livro não é uma biografia e nem se define como tal. Eu, particularmente, não gosto de livros com autoria dupla. Mas acho que no caso de "A casa do céu", a colaboração de Sara Corbert, uma colaboradora do The New York Times Magazine, foi válida, pois era preciso uma jornalista com punho firmado na experiência da escrita para auxiliar Amanda em seus relatos. O livro resulta, claro, num sucesso de comoção e de emocionar leitores.
Como uma promessa feita a si mesma, Amanda fundou a ONG Lindhout Fundação Global Enriquecimento, uma organização sem fins lucrativos que apoia iniciativas para o desenvolvimento, ajuda humanitária e educação na Somália e no Quênia.
Em entrevista recente à Folha de São Paulo, Amanda diz que optou por perdoar os sequestradores. Você pode conferir a entrevista na íntegra aqui.
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Fonte: Folha de São Paulo / Site da Editora Novo Conceito
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