Pular para o conteúdo principal

Poesia/Música

Já que estou falando de guerras, achei oportuno divulgar aqui um poema do grande Maiakóvski, poeta russo do qual eu gosto muito. O referido poema é recitado por João Bosco na música Corsário. Abaixo do poema, o vídeo na íntegra com a declamação do poema que por sinal, torna a música uma das melhores versões de Corsário. Confiram primeiramente o poema e em seguida o vídeo.


E então, que quereis?...
(Maiakóvski) - 1927

Fiz ranger as folhas de jornal

abrindo-lhes as pálpebras piscantes.

E logo

de cada fronteira distante

subiu um cheiro de pólvora

perseguindo-me até em casa.

Nestes últimos vinte anos

nada de novo há

no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,

é certo,

mas também por que razão

haveríamos de ficar tristes?

O mar da história

é agitado.

As ameaças

e as guerras

havemos de atravessá-las,

rompê-las ao meio,

cortando-as
como uma quilha corta

as ondas.

  • Confira agora o vídeo, no qual o artista João Bosco recita o poema. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

[Curiosidades] Xingamentos em um português culto

Se é pra xingar, vamos xingar com um português sofisticado. Aqui neste post você vai ler algumas palavras mais cultas e pouco usadas quando se quer proferir uma série de palavrões onde a criatura não entende patavina nenhuma. Antes, porém, de você aprender algumas palavrinhas, conheça esta historieta: Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:  - Oh, bucéfalo anácrono!Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga,...

Como fazer um livro artesanal em casa

Se você já teve aquela ideia de transformar um caderno de receitas em livro, ou ainda um diário, um bloco de anotações, siga estas instruções e veja como dar uma capa hardcover totalmente customizada a seu gosto. Abaixo, o tutorial passo a passo de como fazer uma maravilhoso livro artesanal. Método 1 de 2: Encadernação com Cola e Tecido 1  Escolha um material para a capa e corte duas peças idênticas. Para o seu primeiro livro, a cartolina é bem fácil de trabalhar. Uma vez que você já tenha pegado o jeito, poderá avançar para a madeira ou um tabuleiro. A capa precisa ser 6 cm mais larga e 1.25 cm mais longa que as páginas internas. Se você está usando papel de impressão, ele deve ter 22.25 x 29.25 cm. 2 Dobre seis folhas de papel pela metade. Depois, costure-as juntas no vinco, em um padrão de algarismo 8. Certifique-se de começar e terminar no mesmo ponto, e que o nó fique para dentro. Isto irá criar uma lombada de livro. 1/4" (.6 cm) é uma largura adequada. 3 Empilhe al...

Resistência do amor em tempos sombrios

Terceiro e último livro de uma trilogia que a escritora gaúcha iniciou com A casa das sete mulheres, o volume Travessia encerra a Trilogia Farroupilha com um personagem que, no dizer da autora, é comum a toda a história: Garibaldi, este carismático personagem que aparece no início do primeiro livro, quando principia um amor platônico com a meiga Manuela, a filha do Bento Gonçalves. Mas como já acompanhamos nos volumes anteriores, a família da moça não compactua com o romance, impedindo, pois, o contato de ambos. Se no primeiro livro a escritora se atém a contar a história da família concomitante à Revolução Farroupilha, tendo como cenário a Estância da Barra, a casa na qual ficaram 7 mulheres da família de Bento Gonçalves, no segundo volume já temos como plano histórico a Guerra do Paraguai, além de mudar a perspectiva para o romance de Giuseppe e Anita, a mulher atemporal que provoca uma paixão no general e guerreiro italiano. Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou Anita, sempre dava um ...