Pular para o conteúdo principal

[Meus Versos] Metamorfose


Hoje vou publicar um poema que fiz em homenagem a um dos meus autores favoritos: o  escritor tcheco Franz Kafka, personalidade com a qual eu me identifico, sobretudo em sua obra maior ‘A Metamorfose’.


Eu sou uma barata

Eu acordei
Certa manhã
De sonhos intranquilos
E fui processado
Por sonhar demais
Levaram-me
Prenderam-me
Em um quarto escuro
Imundo...
Satisfiz-me
Com a companhia
Da barata.
Quando chegou o juízo final
Condenaram-me...
Incompreensível fiquei,
Suponho que seja
Por eu não ser humano
Por metamorfosear-me
Por parecer insano
Por denunciar o mundo
E suas mazelas
Junto ao uso do homem.
Uma máquina surgiu
Obtive forças
E escusei ajuda
Morri garoto
Morri sozinho
Morri barata...
Morri Kafka...


Comentários

  1. Thi, essa coisa toda de se identificar com um autor é uma das coisas mais lindas do mundo. Ontem descobri que me identifico com o Murilo Rubião... cara, tô fascinada pelos contos dele. e aí está você demonstrando sua paixão por kafka... ainda não li nada dele, mas com certeza gostei do poema. tem um quê de intensidade. até suspirei no final! PARABÉNS! :)

    ResponderExcluir
  2. Lindo, lindo, lindo!! Adoro poemas!

    devoramoslivros.blogspot.com

    ResponderExcluir
  3. Muito lindo esse poema!Você é um ótimo poeta!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Oi. Grato pela visita. Sinta-se convidado a voltar sempre. Abraços.

Postagens mais visitadas deste blog

[Curiosidades] Xingamentos em um português culto

Se é pra xingar, vamos xingar com um português sofisticado. Aqui neste post você vai ler algumas palavras mais cultas e pouco usadas quando se quer proferir uma série de palavrões onde a criatura não entende patavina nenhuma. Antes, porém, de você aprender algumas palavrinhas, conheça esta historieta: Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:  - Oh, bucéfalo anácrono!Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga,...

Como fazer um livro artesanal em casa

Se você já teve aquela ideia de transformar um caderno de receitas em livro, ou ainda um diário, um bloco de anotações, siga estas instruções e veja como dar uma capa hardcover totalmente customizada a seu gosto. Abaixo, o tutorial passo a passo de como fazer uma maravilhoso livro artesanal. Método 1 de 2: Encadernação com Cola e Tecido 1  Escolha um material para a capa e corte duas peças idênticas. Para o seu primeiro livro, a cartolina é bem fácil de trabalhar. Uma vez que você já tenha pegado o jeito, poderá avançar para a madeira ou um tabuleiro. A capa precisa ser 6 cm mais larga e 1.25 cm mais longa que as páginas internas. Se você está usando papel de impressão, ele deve ter 22.25 x 29.25 cm. 2 Dobre seis folhas de papel pela metade. Depois, costure-as juntas no vinco, em um padrão de algarismo 8. Certifique-se de começar e terminar no mesmo ponto, e que o nó fique para dentro. Isto irá criar uma lombada de livro. 1/4" (.6 cm) é uma largura adequada. 3 Empilhe al...

Resistência do amor em tempos sombrios

Terceiro e último livro de uma trilogia que a escritora gaúcha iniciou com A casa das sete mulheres, o volume Travessia encerra a Trilogia Farroupilha com um personagem que, no dizer da autora, é comum a toda a história: Garibaldi, este carismático personagem que aparece no início do primeiro livro, quando principia um amor platônico com a meiga Manuela, a filha do Bento Gonçalves. Mas como já acompanhamos nos volumes anteriores, a família da moça não compactua com o romance, impedindo, pois, o contato de ambos. Se no primeiro livro a escritora se atém a contar a história da família concomitante à Revolução Farroupilha, tendo como cenário a Estância da Barra, a casa na qual ficaram 7 mulheres da família de Bento Gonçalves, no segundo volume já temos como plano histórico a Guerra do Paraguai, além de mudar a perspectiva para o romance de Giuseppe e Anita, a mulher atemporal que provoca uma paixão no general e guerreiro italiano. Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou Anita, sempre dava um ...